Liderança de Shackleton: como uma expedição que não chegou ao seu destino se tornou uma história de sucesso
A liderança de Shackleton é um dos maiores exemplos de como gerir uma equipe. O fato curioso é que esse reconhecimento foi conquistado após uma jornada que não chegou ao seu destino.
Era para ser uma grande viagem exploradora, mas se tornou uma trajetória de sobrevivência. A tripulação encarou dificuldades e perigos ao longo de 22 meses. E sob a liderança de Shackleton realizaram um feito que parecia impossível: todos voltaram para casa.
O que a história da liderança de Shackleton nos ensina?
Ernest Shackleton foi o líder da Expedição Imperial Transatlântico, que saiu da Inglaterra em 1914. O objetivo era atravessar todo o continente antártico a pé – um feito inédito à época. Essa ousadia aventureira contou com 27 homens que subiram a bordo da embarcação que os deixaria no ponto inicial da caminhada.
Expectativas de trabalho claras e realistas
A primeira lição sobre a liderança de Shackleton começa no recrutamento. Não há comprovação de que a convocação aconteceu por um anúncio. E provavelmente nem seria necessário investir nisso, já que a expedição ganhou muita atenção da imprensa e, consequentemente, teve divulgação espontânea.
“Procura-se homens para uma viagem perigosa. Pequenos salários, frio intenso, longos meses de completa escuridão, constante perigo, retorno seguro duvidoso. Honra e reconhecimento em caso de sucesso.”
Com esses dizeres, a liderança de Shackleton deixa claro as expectativas de trabalho. Esse jeito direto já fazia por si só uma triagem nos candidatos. Ou seja, somente quem estivesse realmente disposto a encarar tamanha aventura iria se apresentar.
Alinhamento com a equipe
Trazendo essa lição para o mundo corporativo, a liderança de Shackleton nos ensina sobre o alinhamento com a equipe. Em outras palavras, expectativas apresentadas de forma clara e realista deixam os trabalhadores a par do que esperar.
Por essa razão, essa atitude diminui e até evita frustrações e mal-entendidos no ambiente de trabalho. Por consequência, há menos estresse e atrito na equipe.
Outra vantagem é que quando as pessoas estão cientes, elas se preparam melhor para os desafios. Isso também traz mais confiança e disposição para realizar as tarefas.
Formar um time com pessoas certas
Com a divulgação do recrutamento, a liderança de Shackleton promove ainda um outro aprendizado: a formação de um time. Isso porque ele reuniu pessoas qualificadas, interessadas, dispostas e prontas para participar da expedição.
Na história, ficou nítido que os candidatos não estavam focados na remuneração, mas em conquistar o feito para desfrutar das glórias e dos louros. Quem participou buscava realizações, ansiava por desafios e trazia o entusiasmo de se aventurar.
Essa característica em comum, sem dúvida, foi primordial desde o a seleção até a formação da equipe. O explorador reuniu as pessoas certas e ainda que o objetivo não tenha sido concretizado, o grupo foi bem-sucedido pelo desejo de viver a jornada.
Coaching de equipe
A liderança de Shackleton mostra a importância de desenvolver e estruturar um time próximo ao líder, como acontece no coaching de equipe. A metodologia pode atuar desde a seleção, formação e desenvolvimento, como também, em equipes já estruturadas.
A ideia é que todos estejam conectados por interesses e objetivos em comum. Os talentos individuais se somam para enfrentar as adversidades, aproveitar o trajeto e conquistar as realizações.
Engajamento e motivação da equipe
A expedição foi desafiadora e perigosa desde os primeiros dias, conforme descrito no anúncio. E embora todos soubessem que seria árduo, a liderança de Shackleton procurava sempre animar a tripulação a fim de manter o foco e o engajamento de todos.
Socialização e mente sã
De acordo com relatos escritos pelo comandante, eram realizadas sessões de música, partidas de futebol e jogos de cartas. Ele também estimulava a socialização e fazia de tudo para que ninguém ficasse sozinho – evitando a perturbação dos pensamentos negativos.
Essas atitudes mostravam o cuidado da liderança de Shackleton com a integração e a união entre as pessoas. Também expõem a importância de cuidar da saúde da mental durante uma jornada tão árdua.
Espírito de equipe
A limpeza do navio era feita por toda a tripulação, independentemente do cargo. Inclusive o próprio Shackleton arregaçava as mangas. Isso reforça o espírito de equipe e de soma de talentos, a importância de cada pessoa dentro do time e mantém o grupo unido.
Foco no objetivo
Os fortes ventos prenderam a embarcação no gelo ártico e os exploradores tiveram que levantar um acampamento. Por nove meses, suportaram temperaturas que chegavam a 26 graus negativos.
Depois, foi preciso abandonar o navio, chamado de Endurance. E apesar do nome significar resistência em inglês, a embarcação naufragou. Foi preciso se reorganizar em terras firmes e geladas.
A liderança de Shackleton então teve de se reinventar em sua missão, que agora passava a ser voltar para casa. Com botes salva-vidas, um pequeno grupo foi em busca de ajuda em uma ilha.
O líder focou na segurança, união e desejo de explorar para apostar nessa arriscada travessia. E o trabalho construído na liderança de Shackleton ficou mais evidente naquele momento.
O primeiro grupo conseguiu chegar em solo seguro, mas voltou para buscar todos os companheiros. O sentimento de salvar a todos foi o ingrediente principal e comum entre todos os integrantes. Assim, os 28 homens conseguiram sobreviver e retornar aos seus lares. A empreitada durou mais de um ano e meio, quando, na verdade, deveria ter se resumido a alguns dias.
Mindset adequado
A liderança de Shackleton deixou um ensinamento sobre a necessidade de adequarmos a nossa programação mental. Frente às mudanças e adversidades, ele precisou tomar diversas decisões difíceis, abandonar a ideia original e definir novos objetivos. Essa adequação da mente nunca foi tão necessária quanto no mundo atual. Aliás, embora a história tenha ocorrido no século passado, a atitude do explorador deixa claro a importância de nos adaptarmos às transformações contínuas no mercado, às crises que estamos vivendo hoje ou diante dos avanços tecnológicos.
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Minha parte favorita da história é o momento em que tinham que se livrar de bagagem para poder viajar e Shackleton botou fora suas moedas de ouro que não tinham serventia. Atitude de grande simbolismo. A ilha onde foram buscar socorro tem o nome de King George se não me engano. Um abraço Santini, boas festas.