Aos poucos, a dificuldade de conseguir uma recolocação profissional para pessoas maduras está diminuindo. Mas ainda está longe do ideal.

A população do mundo está envelhecendo e aqui não poderia ser diferente. Com esse aumento da expectativa de vida, é natural que as pessoas continuem trabalhando, mesmo após a idade mínima legal para se aposentar no Brasil, que é de 62 anos, no caso das mulheres, e 65 anos para os homens. Essa faixa etária está incluída principalmente na geração baby boomers, que abrange as pessoas que nasceram entre 1945 e 1964.

Para esse pessoal, conseguir um emprego pode ser bastante complicado. Na verdade, é um desafio que já começa no mercado de trabalho acima dos 50 anos. Um estudo da FGV revelou que 75% das empresas evitam contratar pessoas mais velhas, ainda que não assumam essa exclusão explicitamente. Mas será que o etarismo (preconceito por idade) no trabalho tem justificativa? Continue a leitura e descubra.

Por que é tão difícil encontrar oportunidades no mercado de trabalho acima dos 50 anos?

Os motivos que levam as empresas a evitarem a contratação de pessoas com mais de 50 anos são basicamente mitos. Quando esses preconceitos forem superados, todos só terão a ganhar. Afinal, é hoje que se constrói o futuro. E se não ampliarmos a percepção de faixas etárias produtivas, o público efetivamente ativo para o trabalho será insuficiente. As justificativas principais para não empregar pessoas mais maduras são:

  • Contratar pessoas mais experientes é mais caro
  • Elas não conseguem acompanhar as inovações tecnológicas
  • São inflexíveis e resistentes à mudança
  • Têm dificuldade para acompanhar o ritmo de produtividade atual
  • Não se adaptam ao novo ambiente de trabalho, com colegas mais jovens

O que as empresas têm a ganhar contratando pessoas acima dos 50 anos

Por outro lado, as empresas que não se rendem a essas crenças limitantes provam que investir na diversidade é muito lucrativo e sustentável. Ter no quadro de funcionários profissionais de diferentes gerações, orientação e identidade sexuais, bem como etnias variadas, já deixou de ser um diferencial – é mandatório. É com diversidade que se promove a troca de experiências e perspectivas entre as pessoas.

A dificuldade de recrutar talentos no contexto corporativo tão competitivo em que vivemos, associada ao envelhecimento da população, tem forçado a mudança de olhar em relação aos mais velhos. Essa nova perspectiva sobre as pessoas de idade avançada transcende os muros das corporações e contempla a sociedade. É um processo ainda tímido, que está dando seus primeiros passos, mas deve evoluir com o tempo.

Uma pesquisa da Datafolha que mapeou as características dos idosos no Brasil mostrou que a percepção sobre eles é mais positiva do que muitos podem imaginar. Cerca de 80% dos entrevistados consideram idosos mais compreensivos, atenciosos e educados que os jovens. Outros dados interessantes: 90% acreditam que os idosos ganham em responsabilidade e 75% acham que eles são mais dedicados. Isso explica por que quase metade da amostra os considera mais produtivos que os jovens.

Gráfico de barras que compara quem, entre mais velhos e mais jovens, é mais responsável, educado etc.

Experiência

Pessoas mais velhas têm bagagem – e isso é uma vantagem. Elas trazem uma visão ampliada, que permite antever os movimentos do mercado, antecipar problemas e encontrar soluções rapidamente, além de tomar decisões mais assertivas. Assim, fica claro que as situações que podem interferir no planejamento estratégico da empresa são atenuadas com mais facilidade, né? 

Outro detalhe importante é a rede de contatos de alguém mais experiente, que provavelmente é mais ampla e consistente que a de um novato. Para quem atua na área de prospecção, isso é um belo diferencial. Um grande network também pode criar conexões valiosas para a empresa.

Liderança

Os mais seniores têm grandes chances de serem ótimos líderes e gestores. Já passaram por muita coisa, cometeram erros, enfrentaram crises e colecionaram acertos e sucessos. E mais: têm as habilidades de empatia, comunicação e relacionamento interpessoal aprimoradas. Outro diferencial das vivências acumuladas é um maior autoconhecimento e controle. Eles permitem uma compreensão abrangente das necessidades dos clientes, com mais disposição para atendê-las.

Estabilidade e empenho

As novas gerações são inquietas e tendem a mudar de emprego com frequência. Já as pessoas que conseguem estar no mercado de trabalho acima dos 50 anos são estáveis nas posições que ocupam. Aliás, muitas delas já estão aposentadas e trabalham para complementar a renda ou simplesmente para se manterem ativas.

O interesse em aprender coisas novas é comum nas pessoas mais velhas, ao contrário do que muitos podem achar por puro preconceito. Outra grande contribuição é o maior engajamento com as metas estipuladas. Por fim, são mais comprometidas com horários e prazos, porque valorizam a pontualidade. 

O mercado de trabalho acima dos 50 anos

Não é a idade que deve orientar o recrutamento, mas, sim, o fit cultural. Em outras palavras, acertar na contratação tem muito mais a ver com a adequação à cultura organizacional e ao perfil necessário para a vaga do que com a idade. Hoje, os profissionais com mais de 50 anos representam 17% da força de trabalho no Brasil, mas esse número deve subir.

Nos últimos cinco anos, mais empresas têm criado programas de contratação exclusiva de profissionais e estagiários com mais de 50 anos. Esse movimento de vanguarda é encabeçado por organizações como a consultoria PwC, a aérea Gol, a seguradora Tokio Marine, o grupo DPSP, que controla as drogarias Pacheco e São Paulo e a prestadora de serviços Telehelp. É uma mudança de mentalidade que traz esperança para o mercado de trabalho acima dos 50 anos. 

De fato, já é possível encontrar plataformas de capacitação, recolocação e desenvolvimento focadas em pessoas com mais de 50 anos, como a Maturi. Iniciativas como essa permitem que, aos poucos, a maturidade conquiste espaço no mundo corporativo. Isso é ótimo, considerando que em menos de uma década o Brasil deixará de ser predominantemente jovem, graças ao aumento da expectativa e à queda na taxa de natalidade.

Um levantamento do Datafolha mostrou que a parcela de idosos com 60 anos ou mais que estavam empregados ou procurando emprego subiu de 20% para 27% do total entre 2007 e 2017. Segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), a fatia de profissionais de 50 a 64 anos inserida no mercado formal saltou de 10,5% para 16,5% do total. Enquanto isso, o grupo de jovens de 18 a 24 anos, que caiu de 19% para 13,8%, foi o que mais encolheu.

Um levantamento recente feito pelo site Salário revelou que as 10 vagas de nível superior/gerencial mais comumente ocupadas por trabalhadores com mais de 50 anos são:

  1. Gerente administrativo
  2. Gerente comercial
  3. Gerente de loja e supermercado
  4. Gerente de produção e operações
  5. Gerente de vendas
  6. Analista de negócios
  7. Gerente de restaurante
  8. Comerciante varejista
  9. Gerente financeiro
  10. Gerente de produção e operações da construção civil e obras públicas
  11. Confira a lista completa

Como arrumar emprego com mais de 50 anos

Para a pessoa madura que busca uma recolocação ou que deseja mudar de emprego, vale a pena investir em formas de aprimoramento, como cursos de atualização, encontros, palestras e coaching. Essa combinação ajuda a se blindar contra as negativas e a escassez de vagas – que ainda existem, claro. O coaching desenvolve e fortalece habilidades essenciais para:

  • Lidar com o mix de gerações no ambiente de trabalho
  • Ter resiliência diante de desafios complexos e conflitos
  • Ser referência de tranquilidade, paciência e empatia
  • Ter jogo de cintura no dia a dia
  • Fazer análises racionais em busca de soluções
  • Planejar-se
  • Entender as próprias singularidades para aumentar a confiança e a autoestima
  • Provar que vale a pena contratar pessoas maduras!

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