Não importa o país, segmento de atuação ou porte: diante das demandas do cotidiano em uma empresa, sempre vemos as pessoas que resolvem e as que ficam esperando a solução. Essa situação acontece em todas as empresas, que acabam com o mesmo desejo – o de ter mais funcionários do primeiro tipo, os chamados de Impact Players, ou Jogadores de Impacto, em português. 

Para entender por que algumas pessoas ficam paralisadas diante dos perrengues diários e outras não, a equipe de pesquisa do The Wiseman Group entrevistou 170 líderes de empresas como Google, LinkedIn, NASA, Salesforce e Adobe, entre outras. 

Neste post vamos entender, com a ajuda desta pesquisa, porque os principais contribuidores e criadores de valor dentro das organizações tendem a lidar de maneira diferenciada com situações que não são exatamente desafiadoras, mas são universais. Elas não representam grandes crises, mas são carregadas de ambiguidade e incerteza, o que pode fazer certas pessoas se sentirem fora de controle. Por exemplo:

  • Problemas confusos: questões complexas e interdisciplinares ou oportunidades que não se enquadram no trabalho de ninguém
  • Papéis mal definidos: falta de clareza sobre quem está comando
  • Obstáculos imprevistos: desafios inéditos e problemas imprevisíveis
  • Objetivos que mudam: mudanças nas necessidades ou circunstâncias que tornam as práticas usuais ineficazes ou inadequadas
  • Demandas infinitas: demandas de trabalho que aumentam mais rápido que a capacidade de resolvê-las

A forma como indivíduos pensam e respondem a esses microdesafios frequentes e comuns é o que diferencia quem é extremamente valioso e impactante em uma empresa. Essa reação diferenciada tem grande impacto na atração e gestão de talentos. 

Criar e espalhar valor

Toda empresa tem Impact Players. É quem tem aquela reputação de indispensável e com quem se pode contar em momentos críticos. E, graças à sua atuação, são os que recebem oportunidades e atribuições de alto nível. Ao mesmo tempo em que dão suas valiosas contribuições individuais, afetam positivamente toda a equipe. Portanto, embora seja fácil saber o valor, é muito difícil saber o que efetivamente diferencia essas pessoas. 

E é importante esclarecer que, em situações que não podem ser controladas, tanto os trabalhadores de contribuição de nível típico como os de contribuição extraordinária são inteligentes e capazes. Com essa percepção, a pesquisa já partiu de uma abordagem de mentalidade e de elementos que pudessem sinalizar a diferenciação entre essas pessoas. 

Onde está a diferença entre os Impact Players e seus colegas?  

Uma das conclusões do estudo é a de que essas demandas do cotidiano são encaradas como oportunidades. Problemas confusos, como alterações nas prioridades e direção pouco clara, são chances de somar valor. A falta de clareza é uma provocação que convida para uma intrigante mudança. Isso é bem diferente de enxergar esses desafios do cotidiano sob uma perspectiva de ameaça. Diante disso, o estudo detectou 5 práticas que diferenciavam os Impact Players de seus colegas. 

Faça o que tem que fazer

Impact Players vão além de seu trabalho designado para solucionar problemas de forma prática e efetiva. Eles se aventuram para atender às necessidades da organização, enfrentando o trabalho que precisa ser feito e focando onde podem ser mais úteis. Eles constroem uma relação de empatia com os stakeholders da empresa. Se comparados com os players mais típicos, eles focam no servir, em contraste com o dever. 

Se alguns apenas fazem seu trabalho, os Impact Players fazem o trabalho que precisa ser feito. 

Avançar e recuar sabiamente

Sabemos o que deve ser feito, mas não sabemos quem está no comando. Então, um Impact Player já avança e assume a liderança. Ele pode começar o que deve ser feito e então delegar, mas sem esperar ser solicitado para isso. É a liderança que se define por demanda, e não por comando. Ao mesmo tempo, Impact Players sabem quando recuar e seguir com o fluxo. 

É o tipo de atitude que promove uma cultura de coragem, agilidade e iniciativa que contrasta com players espectadores que apenas aguardam instruções.

Tarefas precisam ser concluídas

Além de assumir uma tarefa “sem dono”, o Impact Player quer conclui-la. Assume o controle, improvisa e soluciona problemas sem supervisão constante. Conforme acumulam sucessos, promovem uma cultura de responsabilidade. 

Enquanto uns escalam os problemas para os superiores na cadeia de gerenciamento, os Impact Players os movem para a linha de chegada, construindo força pelo caminho.

Perguntar a ajustar

Mudanças trazem novas regras e metas. Impact Players se adaptam mais rapidamente porque enxergam essas novidades como oportunidades de aprendizado e crescimento. Por gostar de aprender, elevam o próprio jogo e o padrão geral. É uma postura que contrasta com a de quem vê as mudanças como injustas e ameaçadoras à sua estabilidade naquele ambiente de trabalho. Enquanto um Impact Player aprende e se adapta, outros seguem insistindo nas regras que validam sua experiência atual.

Enquanto outros tentam administrar e minimizar a mudança, os Impact Players estão aprendendo e se adaptando à mudança.

Criar um ambiente positivo de trabalho 

Impact Players têm o poder de aliviar a pressão e permitir um ambiente produtivo, promovendo uma cultura de colaboração e inclusão. Em tempos difíceis de estresse e pressão, os players mais típicos tendem a buscar ajuda, em vez de oferecê-la. E, porque adotam essa resposta padrão, sobrecarregam ainda mais as equipes e os líderes. 

Enquanto outros aumentam a carga reclamando e solicitando ajuda, os Impact Players fazem com que as demandas pesadas pareçam mais leves.

Estas cinco práticas levaram os líderes entrevistados a estimar que esses players de maior impacto entregam pelo menos o triplo do valor que um contribuidor típico. O resultado é uma relação mutuamente benéfica de investimento e retorno entre empresas e seus colaboradores de impacto. 

Quero ser Impact Player


O primeiro grande passo é ajustar o mindset para enxergar mudanças como desafios, em vez de ameaças. Abrace a ambiguidade e a incerteza sob uma perspectiva de oportunidade e identifique as prioridades dos seus stakeholders – as partes interessadas e impactadas pelas suas ações.

Isso não é fácil. Reenquadrar como oportunidades situações que trazem a sensação de ameaça e medo pode exigir um trabalho profundo. Se realizado com a ajuda de um coach experiente e devidamente capacitado para apoiar esse processo, as chances de desenvolver essa habilidade aumentam bastante.  

Ao longo dos anos como coach, tive o privilégio de ajudar muitas pessoas a alcançarem seu potencial máximo. Para este ajuste de pensamento eu proponho alguns passos. 

  1. Saiba identificar as situações ambíguas (aquelas do começo deste post) para permitir sua autoavaliação de mentalidade e comportamento. 
  2. Seus pensamentos e reações sinalizam que está sob ameaça se: 
    1. Seu foco está nos riscos, em vez das possibilidades
    2. Se você está interiorizando, em vez de olhar pra fora
    3. Se você acha que sua habilidade, poder ou recursos são insuficientes 
  3. Reflita como seria essa mesma situação vista por uma lente de oportunidade. Tente encontrar uma situação atual que esteja com essa aura ameaçadora e se pergunte:
    1. Como um Impact Player faria para ver uma oportunidade de agregar valor nesse evento?
    2. Como isso pode ter um impacto positivo em minhas próprias metas?
    3. Qual o meu repertório de capacidades e recursos para lidar com essa ambiguidade?
  4. Coloque seu prisma de oportunidade em ação e imagine o que faria de diferente se essa situação fosse encarada como uma oportunidade. 

Agindo como um Impact Player

Além de pensar como um Impact Player, você precisa agir como um. Mas como? 

  • Busque as oportunidades de impacto descobrindo as prioridades dos seus stakeholders. Você está trabalhando nelas? Procure entrar nesta agenda.
  • Encontre situações em que a liderança não está clara e preencha esses vazios. Forneça liderança em momentos cotidianos.
  • Seja repetidamente aquela pessoa que faz o trabalho da maneira certa, conquistando credibilidade e influência. Você será lembrado como alguém com quem todo mundo quer trabalhar.
  • Peça orientação, e não feedback. Conselhos ou orientações são feedbacks de mais qualidade e conteúdo. Questione: “Que conselho você teria para mim, se eu quisesse fazer isto de maneira excelente?” 
  • Direcione sua energia com inteligência, evitando dramas e exibicionismo. A política de baixo atrito reduz resistências e simplifica o trabalho. Evite ser excessivamente apegado às suas ideias e status.  

O local de trabalho é cheio de pessoas que querem contribuir e causar um impacto real. Uma liderança adequada e um bom trabalho de coaching podem tornar esta atitude disponível para todos que a desejam. Sim, é possível proliferar mentalidades e práticas para disseminar hábitos de alto impacto. 

À medida que os colaboradores adotam e os líderes valorizam as mentalidades e práticas do Impact Player, o resultado é uma cultura em que as pessoas estão profundamente engajadas, aprendendo rapidamente e contribuindo com todo o seu potencial. 

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